O que entra em jogo, na tomada de
decisão, é a verdade ou o desprezo sobre a conduta a ser tomada. Sendo que a
verdade que me refiro são os princípios e valores que o sujeito tem, já o
desprezo a que me refiro são os caprichos, a preguiça, o medo da avaliação dos
outros, que se tornam evidentes através da ação tomada pelo sujeito.
A consciência da ação é dar-se conta do que fazer, perante a
decisão a ser tomada. Não se trata de como se deve agir, a decisão vem depois e
consiste em seguir ou não o juízo da consciência. A consciência não é a decisão
da vontade, mas perceber com inteligência. Julgar não o que é mais fácil, ou
mais gostoso, prazeroso, mas o que se deve fazer. O dito popular ouça a voz da
consciência, algo que se ouve, que nos é comunicado, é algo que não é
inventado, mas faz parte da situação.
Quando se atua contra a consciência, ataca-se a parte mais
íntima e delicada do homem: esse delicado sistema que nos torna livres. Deixa
um rastro de mal-estar, a que chamamos “remorso”. Se nos acostumamos a agir
contra a consciência, esta deteriora-se: perdemos a luz que nos permite ser
livres, ficando à mercê das forças irracionais dos instintos ou da pressão
exterior.
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