sábado, 14 de julho de 2012

Aretê


A virtude (aretê)

Segundo Platão e Sócrates, virtude não se ensina. A virtude (aretê) nada tem de orgulhoso, presunçoso, arrogância. Trata-se de um dom ofertado por Deus, segundo a concepção socrática. Mas virtude é conhecimento, e como tal, segundo os gregos, não pode ser ensinada. Ou seja, não é uma técnica, um conhecimento formal, que possua o mesmo sentido lógico e racional de uma equação matemática ou mesmo de um tratado. Esse escrito, conhecer a si mesmo, é a grande máxima inscrita no Templo de Delfos e adotada por Sócrates, que se tornou um dos fundamentos de sua doutrina.

Através de Sócrates e Platão entendemos que aprender é recordar, relembrar, é rever, visitar novamente. Me parece que a  evolução moral nem sempre acompanha a evolução intelectual. No processo evolutivo do entendimento, é necessário primeiramente o conhecimento do bem e do mal, somente possível em função do livre-arbítrio, consequência natural do aprimoramento intelectivo. (Intelectual - adj. Concernente ou pertencente ao entendimento: vida intelectual; trabalho intelectual.
Que define a inteligência: quociente intelectual.) A evolução moral é uma consequência da evolução intelectual. Creio que a  moral e a inteligência se equilibram somente como o passar do tempo.

A virtude, pode ser a qualidade primária, um atributo, uma característica variável em função do nível do sujeito pensante, que sente, reflete e age. A virtude é uma propriedade moral adquirida, e que pode ser conquistável. Para se combater os maus pensamentos a lascívia , nada melhor do que aprimorar as virtudes, com conhecimento de causa. Aí está a chave da questão. O ato de controlar os maus pensamentos a lascívia é sempre louvável, mas se não vier acompanhado de um processo de auto percepção, arrependimento genuíno não se obtém  o conhecimento, e assim não terá sentido. Sem uma atitude de entrega total do racional, diariamente, sem o devido bom senso, o que temos é a hipocrisia, a repressão cega e insensata como um verniz da virtude piedosa, de si mesmo. A necessidade de ser ouvido!

Alexandre Schlegel
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